sexta-feira, 20 de julho de 2012

Empreiteira Delta de Fernando Cavendish, amigo pessoal de Sérgio Cabral, doou R$ 1.150.000 para financiar as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010


Jornal O Globo - Coluna Panorama Político

MÁFIA: Corruptos do PMDB e do PT fazem pacto de proteção de governadores

Excesso de parlamentares com rabo preso obriga ambos os partidos a se unir e impedir que a CPI do Cachoeira se alastre e investigue a relação entre políticos e a empreiteira Delta de Fernando Cavendish  


Com a ameaça de convocação do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), PMDB e PT deram início ontem a um pacto de proteção mútua de seus governadores na CPI do Cachoeira.

Pelo acordo, o PMDB evitaria exposição do governador do Distrito Federal, opetista Agnelo Queiroz, em troca da blindagem de Cabral.


À frente da CPI, PMDB e PT deram um primeiro passo ontem ao deixar a investigação dos governos estaduais fora da pauta de investigação nos próximos 40 dias.

Emissários de Cabral foram informados que, segundo o plano de trabalho do relator Odair Cunha (PT-MG), o eventual envolvimento de governadores com esquema do empresário Carlinhos Cachoeira só será objeto da CPI a partir de 12 de junho.

Os governadores não foram citados na apresentação do plano e há a possibilidade de os casos serem remetidos às Assembleias Legislativas.

O nome de Cabral veio à tona após o blog do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) exibir fotos do governador numa confraternização com o presidente licenciado da Delta, Fernando Cavindish, durante viagem a Paris.

Para o sucesso desse acordo, petistas e peemedebistas contam com a adesão do PSDB, que tenta poupar o governador goiano Marconi Perillo.

O líder do PT da Câmara Legislativa do DF, Chico Vigilante, e o vice-governador, Tadeu Fillippeli (PMDB), têm conversado todos os dias sobre a CPI. "Não vão convocar o Cabral nem o Agnelo", afirma Vigilante.

"Para convocar o Cabral, tem que convocar o Alckmin, o Kassab, porque a Delta também prestava serviço para esses governos", acrescentou.

Peemedebistas não são tão otimistas. Para deter a investigação, líderes do partido estariam trabalhando até por um acordo para preservar o mandato do senador Demóstenes Torres, mas temem que as disputas internas no PMDB e PT inviabilizem a operação.

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

QUADRILHA FEDERAL: Corja de corruptos começa a blinadar seus comparsas

Rabo preso impede que relator da CPI do Cachoeira investigue a relação entre políticos e a empreiteira Delta de Fernando Cavendish  


Num esforço de blindagem ao governo e aliados, o plano de trabalho do relator da CPI do Cachoeira, Odair Cunha (PT-MG), foca na organização de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, excluindo políticos e o comando da empreiteira Delta.

Na reunião de ontem, a comissão aprovou as quebras dos sigilos fiscal, telefônicoe bancário de Cachoeira desde janeiro de 2002 e definiu a lista da primeira fase dos depoimentos.

Ficaram de fora da relação o dono da Delta, Fernando Cavendish, deputados federais e três governadores, dos quais dois da base aliada, Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PDMB-RJ).

O governador Marconi Perillo (PSDB-GO), da oposição e citado em conversas do grupo do empresário, também foi poupado nessa primeira fase.

Odair Cunha limitou as investigações sobre a Delta à divisão regional daempreiteira no Centro-Oeste, na figura do ex-diretor Cláudio Abreu, frequenteinterlocutor de Cachoeira e que foi preso no dia da deflagração da operação, em 29 de fevereiro.

A Delta é a pessoa jurídica que mais recebe recursos da União desde 2007.

"A agenda prioritária buscará caracterizar a organização criminosa do senhor Carlos Augusto Ramos", escreveu Cunha.

Minutos depois, em entrevista, ele negou tentativa de blindagem.

No calendário elaborado pelo relator, os trabalhos da CPI começam com os depoimentos dos delegados da Polícia Federal e procuradores envolvidos nas investigações das Operações Vegas e Monte Carlo, que apuraram os negócios do grupo.

Em seguida, serão ouvidos Cachoeira e seus principais interlocutores.

O único parlamentar a ser ouvido na primeira fase dos trabalhos da CPI é o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), no final do mês.

Com maioria folgada na comissão, deputados e senadores governistas aprovaram o plano de trabalho de Cunha. Três senadores da oposição votaram contra.

Eles defendem a ampliação das investigações iniciais aos demais diretores da construtora Delta.

Outra decisão foi realizar sessão secreta para ouvir os procuradores e os delegados da Polícia Federal.

Na reunião de ontem, o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR) protestou: "A Delta é envolvida até o pescoço. Não vamos quebrar o sigilo da Delta?".

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) citou que o plano de trabalho da CPIdeveria seguir a ordem das revelações já na imprensa. "O lógico seria iniciar com Cachoeira e seus associados na Delta, Cavendish, Abreu, Demóstenes e os governadores de Estado", disse.

O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) trocou farpas com o senador PedroTaques (PDT-MT) e voltou a criticar a imprensa, chamando de "hipócrita" os que "fornecem informações por debaixo dos panos a alguns confrades".

Collor, com o apoio de petistas e parlamentares aliados do governo, defenderam a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel -que se recusou ontem a comparecer à CPI.

A oposição acusa o PT de defender a convocação de Gurgel depois que o procurador apoiou no Supremo a condenação de 36 dos 38 réus do mensalão.

"Nós não podemos fragilizar o procurador-geral por causa do mensalão", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). O deputado Paulo Texeira (PT-SP), por sua vez, disse que jornalistas que segundo ele "foram cooptados pelo esquema Cachoeira" devem ser ouvidos. Ele não deu nomes, dizendo que "isso tem de ser investigado".

(GABRIELA GUERREIRO, RUBENS VALENTE, ANDREZA MATAIS E MÁRCIO FALCÃO).

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

Máfia do PMDB tenta evitar convocação de Sérgio Cabral na CPI do Cachoeira


BRASÍLIA - Tranquilos até poucos dias atrás com o tiroteio entre PT e oposição, que mantinha o PMDB distante do alvo central da CPI do caso Cachoeira, integrantes da cúpula do partido começaram a se mobilizar no fim de semana para tentar blindar o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e evitar que seja aprovada sua convocação para depor logo no início dos trabalhos. Dirigentes peemedebistas não escondiam nesta segunda-feira o desconforto e a preocupação com a superexposição das relações de Cabral com o dono da Delta, Fernando Cavendish, em fotos divulgadas pelo ex-governador e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ).

A avaliação feita em conversas reservadas era de que a CPI começa a caminhar com as próprias pernas, e que a cúpula do PMDB terá que rever sua estratégia inicial de se manter à margem da CPI que nunca quis. Por isso, apesar do feriado de hoje, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), chega a Brasília para uma reunião com o presidente licenciado do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e com o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), para discutir como conduzir o caso e não deixar que o foco da CPI extrapole o objeto de sua criação: o esquema Carlinhos Cachoeira, Delta e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO).

A preocupação é com o descontrole das investigações além dos limites dos negócios da Delta no Centro-Oeste — que podem atingir os governadores Marconi Perillo (GO) e Agnelo Queiroz (DF). O governador do Distrito Federal é o único que já tem pedido de inquérito aberto pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sob a alegação de que assessores receberam propina para facilitar contratos em seu governo. Marconi Perillo é acusado de relações estreitas com o grupo de Cachoeira e Demóstenes, que teriam indicado servidores em postos de alto escalão em seu governo. Mas não há ainda inquérito ou gravações que o incriminem diretamente.

Um dos representantes do PMDB na CPI, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) disse, num primeiro momento, que seria inevitável a convocação de Cabral.

— Será uma oportunidade para ele se explicar sobre as denúncias de que privilegiou a Delta por ser amigo do Fernando Cavendish. Não faria sentido chamarmos outros governadores acusados de envolvimento na teia da CPI, como o Perillo e o Agnelo, e deixarmos o Cabral de fora só porque pertence ao PMDB ou porque governa o Rio — declarou Ferraço no domingo ao site IG.

Nesta segunda-feira, depois da mobilização da cúpula peemedebista, Ferraço estava mais cauteloso, alegando que Garotinho estava fazendo disputa política:

— O Renan me deu liberdade para agir de acordo com minhas convicções. E minha convicção é que não vou ser instrumento de lutas regionais. Pode tirar o Garotinho da chuva! — disse Ferraço, ontem, ao GLOBO.

Preferindo manter-se no anonimato, um deputado do PMDB faz a mesma avaliação que Ferraço:

— A CPI começa a ganhar rumo próprio. Quem é que vai convocar o Perillo e o Agnelo e depois botar a cara lá para defender o Cabral? Quem defender Cabral vira alvo. Como que o Renan, que quer ser presidente do Senado, vai defender isso? Só por baixo dos panos.

Nas conversas de bastidores, peemedebistas avaliaram que a situação de Cabral se complicou muito no final de semana com a divulgação dos vídeos e fotos. Mas a ordem interna é não alimentar essa polêmica.

— A CPI é para investigar o Cachoeira e as investigações das operações da Polícia Federal. Se tem outras ramificações, lá na frente a CPI terá que investigar. Temos que aguardar o plano de trabalho da comissão para ver onde e o que tem de ligação com Cachoeira — disse ex-líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ressaltando que não é da CPI.

Cabral, que não tem relação estreita com seus partidários no Congresso, está procurando aproximação maior e sondou pessoas do partido para refutar suspeitas de que privilegiou a Delta.

Matéria originalmente publicada no Globo Online

Governo do PT não quer investigação da Delta pela CPI do Cachoeira

"O PT está deixando claro, sem qualquer reserva, que não quer investigar coisa nenhuma! Obedecendo ao comando inicial de Lula e de José Dirceu, o partido luta para que a comissão de inquérito se limite ao linchamento da oposição e da imprensa"


Em outros tempos, a notícia seria um escândalo em si; nestes, não! Ao contrário até: há quem a tome como evidência de esperteza e prova de que o partido é mesmo organizado. A que me refiro? Manchete do Estadão de hoje informa que o governo tenta tomar as rédeas da CPI para que ela não “perca o foco”. A expressão “manter o foco” vem sempre carregada de valor positivo, não é? Confunde-se com coisa boa. Não nesse caso. Com isso, o governo e os governistas pretendem, de forma declarada, duas coisas:

a) manter a Delta longe das investigações; a ordem é impedir que diretores da empresa, com a exceção de um que está preso e de outro que está foragido, sejam convocados;


b) concentrar a artilharia em Marconi Perillo, governador de Goiás (PSDB).

Lendo a reportagem do Estadão, a gente vê que os petistas não escondem seu intento, não. Eles consideram que se trata de algo absolutamente legítimo. É evidente que confrontos entre governistas e oposicionistas não desaparecem numa CPI; também nelas as diferenças se manifestam etc e tal. Mas um mínimo de decoro se faz necessário, não é? A revelação, a céu aberto, sem subterfúgios ou considerações oblíquas, de que o governo atua para livrar a cara da Delta é tão escandalosa quanto as lambanças de que a empresa participa.

Reportagem de O Globo demonstra que era tal a proximidade de Carlinhos Cachoeira com a construtora que o contraventor se fez presente no apoio a Fernando Cavendish mesmo num momento dramático de sua vida, quando um acidente de helicóptero matou pessoas de sua família. Não se tratava, já está mais do que evidente, de esbarrões aqui e ali no chamado “mundo dos negócios”; ao contrário: eram relações sistemáticas, mediadas por dinheiro público.

Mesmo assim, os petistas anunciam: a ordem é tirar a Delta das investigações. Por quê? A resposta é uma só: porque a construtora é a empresa privada que mais recebe recursos do PAC e porque isso pode gerar um terremoto em vários estados — o Rio poderia ser, assim, ma espécie de epicentro do sismo Ninguém chega a ser Cavendish na vida acumulando poucas informações. Mais: ele já está “fazendo a sua parte”, retirando a construtora de alguns empreendimentos e se afastando, oficialmente ao menos, do comando da operação. Mas há um limite para o esmagamento.

Acreditem: o PT está decidido a impedir que Cavendish fale à CPI. Se vai conseguir ou não, aí vamos ver. O governismo tem maioria para convocar quem bem entender — e, pois, para impedir convocações também.

Tudo por Agnelo

A matéria do Estadão informa o que chegou a ser verdade até o fim de semana: o PT estaria disposto a entregar a cabeça de Agnelo desde que possa produzir o que considera um estrago maior na oposição: degolar Perillo. Não é mais assim. Agnelo já avisou o comando do partido que não aceita ir para o sacrifício coisa nenhuma! Desde que migrou do PC do B para o PT, considera que prestou relevantes serviços ao partido e ao governo petista — com destacada atuação nos bastidores da operação que desmantelou a quadrilha de José Roberto Arruda no Distrito Federal. Agnelo atuou segundo seus métodos, que o PT nunca ignorou.

Há, sim, um pedaço do partido que avalia que, cedo ou tarde — e esse grupo teme que se dê mais tarde do que seria prudente —, Agnelo cairá em desgraça. Mas Lula, José Dirceu e Rui Falcão (esses dois são corpos distintos numa só cabeça) acham que é preciso fazer “a luta política” para preservar o governador do Distrito Federal, denunciando uma suposta conspiração contra esse verdadeiro herói da ética.

Há uma falsa questão na qual o PT e os subjornalistas a serviço do petismo se fixam: a gangue de Cachoeira estaria chantageando Agnelo Queiroz. É mesmo? Digamos que fosse apenas isso, pergunta-se: a chantagem se deveria exatamente a quê? Por que Agnelo estaria sendo intimidado pelo bando?

Fatoir Márcio Thomaz Bastos

O PT está deixando claro, sem qualquer reserva, que não quer investigar coisa nenhuma! Obedecendo ao comando inicial de Lula e de José Dirceu, o partido luta para que a comissão de inquérito se limite ao linchamento da oposição e da imprensa. Em ano de eleição e de provável julgamento do mensalão, os petistas acham que está de boníssimo tamanho. Também não escondem, nas conversas que mantêm nos bastidores, que pretendem fazer valer a sua maioria na comissão. Mais ainda: consideram que o fato de o petista Márcio Thomaz Bastos ser advogado de Carlinhos Cachoeira representa uma segurança e tanto. Bastos, já escrevi aqui, não é um criminalista qualquer — a partir dos honorários… É um estrategista. O partido tem a convicção de que nada virá de Cachoeira que agrave a situação dos companheiros. Na verdade, apostam que, se Cachoeira explodir, será uma explosão do lado de lá da linha.

É o que temos.

FARRA EM PARIS: Oposição na Câmara Federal quer convocar Sérgio Cabral para depor na CPI do Cachoeira

Parlamentares querem saber se governador do Rio beneficiou de forma irregular a construtora Delta de seu amigo e vizinho Fernando Cavendish


O deputado federal Fernando Francischini (PSDB-PR), representante do partido na CPI do Cachoeira, deve protocolar hoje na secretaria da comissão um pedido para a convocação do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

O PSDB diz que pretende apurar uma suposta conexão entre a amizade de Cabral com o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o aumento dos contratos entre a construtora e o Estado do Rio.

A Delta virou um dos focos da CPI devido à relação de executivos da empresa com o empresários Carlos Cachoeira, investigado pela PF.

"A sociedade do Rio de Janeiro exige esclarecimentos", disse o deputado federal Otávio Leite (PSDB-RJ).

Desde sexta, ex-governador Anthony Garotinho (PR), rival de Cabral, veicula em seu blog fotos e vídeos que mostram o governador e secretários confraternizando com Cavendish em viagens à França e a Mônaco.

A assessoria de Cabral informou que ele não iria se manifestar sobre a suposta convocação. A CPI retoma hoje os trabalhos e pode convidar para depor o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Congressistas acusam Gurgel de ter sido moroso na investigação contra políticos envolvidos com o grupo de Cachoeira.

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

FARRA EM PARIS: Sérgio Cabral quis ser chique, foi brega


VERGONHA, ESSA é a sensação que resulta dos vídeos das villegiaturas parisienses do governador Sérgio Cabral em 2009, acompanhado por alguns secretários e pelo empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta.

Uma cena pode ser vista com o olhar do casal que está numa mesa ao fundo do salão do restaurante Louis 15, no Hotel de France, em Mônaco. ("Este é o melhor Alain Ducasse do mundo", diz Cabral, referindo-se ao chef.)

Ela é uma senhora loura e veste um pretinho básico. A certa altura, ouve uma cantoria na mesa redonda onde há oito pessoas. Admita-se que ela entende português.

O grupo comemora o aniversário de Adriana Ancelmo, a mulher de Cabral, e festeja o próximo casamento de Fernando Cavendish.

Até aí, tudo bem, é vulgar puxar celulares no Louis 15 e chega a ser brega filmar a cena, mas, afinal, é noite de festa. A certa altura, marcado o dia do casamento, Cabral decide dirigir a cena: "Então, dá um beijo na boca, vocês dois."

Cavendish vai para seu momento Clark Gable, e o governador diz à mulher do empreiteiro: "Abre essa boca aí". As cenas foram filmadas por dois celulares. Um deles era o do dono da Delta.

Na mesma viagem, Cavendish, o empresário George Sadala, seu vizinho de avenida Vieira Souto e concessionário do Poupatempo no Rio e em Minas, mais os secretários de Saúde e de Governo do Rio, (Sérgio Côrtes e Wilson Carlos), estão no restaurante do Hotel Ritz de Paris.

Até aí, tudo bem, pois o empreiteiro tinha bala para segurar a conta. Pelas expressões, estão embriagados. Fora do expediente, nada demais. Inexplicáveis, nessa cena, são os guardanapos que todos amarraram na cabeça. Ganha uma viagem a Dubai quem tiver uma explicação para o adereço.

O álbum fecha com a fotografia de quatro senhoras gargalhantes, no meio da rua, mostrando as solas de seus stilettos (duas vermelhas). Exibem como troféus os calçados de Christian Louboutin. Nos pés de Victoria Beckham (38 anos) ou deLady Gaga (26 anos), eles têm a sua graça, mas tornaram-se adereços que, por manjados, tangenciam a vulgaridade.

Não é a toa que Louboutin desenhou os modelos das dançarinas (topless) docabaret Crazy Horse.

As cenas constrangem quem as vê pela breguice. Até hoje, o ex-presidente JoséSarney é obrigado a explicar a limusine branca de noiva tailandesa com que se locomoveu numa de suas viagens a Nova York. (Não foi ele quem mandou alugar o modelo.)

A doutora Dilma explicou que não foi ela quem mandou fechar o Taj Mahal. No caso das vileggiaturas de Cabral, a breguice não partiu dos organizadores da viagem, mas da conduta dele, de seus secretários e do amigo empreiteiro.

Esse tipo de deslumbramento teve no governador um exemplo documentado, mas faz parte do primarismo dos novíssimos ricos do Brasil emergente.

Noutra ponta dessa classe está o senador Demóstenes Torres, comprando cinco garrafas de vinho Cheval Blanc, safra de 1947: "Mete o pau aí. Para muitos é o melhor vinho do mundo, de todos os tempos (...) Passa o cartão do nosso amigo aí, depois a gente vê". O amigo do cartão era Carlinhos Cachoeira que, por sua vez também era amigo da empreiteira Delta, de Cavendish.

Folha de São Paulo - Coluna Elio Gaspari

COVARDE: Após divulgação da FARRA em Paris, Sérgio Cabral foge da imprensa em evento no Palácio Guanabara

Governador fez silêncio sobre uma possível blindagem do PMDB para evitar sua convocação para a CPI de Carlinhos Cachoeira


RIO - Na primeira aparição pública depois das denúncias feitas pelo deputado federal e ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ) de sua ligação com o empresário Fernando Cavendish, proprietário da construtora Delta, o governador Sérgio Cabral fez silêncio sobre uma possível blindagem do PMDB para evitar sua convocação para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Carlinhos Cachoeira.

Cabral apareceu no Palácio Guanabara nesta quarta-feira na cerimônia de lançamento de um programa de segurança para escolas do Estado, em uma parceria entre as secretarias de Segurança e de Educação, e aproveitou para fazer propaganda do seu governo. "Em cinco anos e quatro meses de governo mudamos a rota do Estado", afirmou Cabral, em referência à política de segurança e de educação do Estado, que classificou de "audaciosa".

Cabral chegou distribuindo sorrisos e beijos para os conhecidos e não demostrouestar abalado com uma possível convocação. Entretanto, foi o único no evento a evitar qualquer contato com a imprensa.

Matéria originalmente publicada no Terra Notícias

MÁFIA: Presidente da ALERJ, Paulo Melo (PMDB), não quer CPI para investigar a FARRA de Sérgio Cabral em Paris


Parece que os tempos de paz entre a deputada Clarissa Garotinho (PR) e o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Melo (PMDB), chegaram ao fim.

A moça pediu a palavra para avisar que está recolhendo assinaturas para pedir a abertura da CPI para investigar as ligações do governador Sérgio Cabral com Fernando Cavendish, da Delta. E perguntou ao microfone se Melo assinaria o documento.

O moço do alto da cadeira de presidente, claro, negou.

Deputada Janira Rocha chama Sérgio Cabral e seus comparsas de 'tropa de vermes' na Alerj


Janira Rocha (PSOL-RJ) prometeu e cumpriu. Na primeira sessão da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) após o feriado do Dia do Trabalhador, a deputada estadual disparou palavras duras no plenário, contra o governador Sergio Cabral e os seus secretários, flagrados em hotéis e restaurantes de luxo em Paris e Mônaco ao lado do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta, em fotos e imagens de 2009.

Durante o feriadão, Janira prometeu colocar Cabral e seus aliados contra a parede durante a semana. Na sessão, ela esbravejou:

"Vamos encarar a carinha dessa tropa de vermes, essa corja, com as caras dos pobres do Rio de Janeiro", bradou.

Sobrou até para a primeira-dama

Janira não deixou barato para a primeira-dama, Adriana Anselmo. A advogada, que já provocou polêmica ao defender a Supervia e outras empresas detentoras de concessões do estado onde o marido é governador, foi comparada à ex-primeira dama das Filipinas, Imelda Marcos, casada com o ex-ditador local Ferdinando Marcos, por conta das fotos onde aparece, junto com as esposas de secretários, exibindo sapatos de grifes exclusivas comprados na França.

Com medo de ser chamado para depor na CPI, Sérgio Cabral convoca reunião de emergência com tropa de choque


O governador Sérgio Cabral reuniu, hoje de manhã, sua tropa de choque na Assembleia Legislativa.

O presidente Paulo Melo; o líder do governo, André Corrêa; o líder do PMDB, André Lazaroni; e líderes dos partidos aliados foram chamados a ajudar o governador a enfrentar a crise provocada pela enxurrada de fotos e vídeos mostrando a intimidade do poder estadual com o empreiteiro Fernando Cavendish, dono da Delta Construção.

Estiveram presentes, ainda, o secretário de Governo, Wilson Carlos, e o chefe da Casa Civil, Régis Fichtner.

Detalhe: tanto Wilson Carlos quanto Fichtner também aparecem nas fotos, abraçados e dançando com Cavendish.

A estratégia de enfrentamento da crise, traçada pelo Palácio Guanabara e apresentada aos deputados, será... apresentar denúncias contra o ex-governador e hoje deputado federal Anthony Garotinho (PR), responsável pela divulgação das imagens comprometedoras.

Alguns deputados não gostaram da ideia, mas não foram ouvidos.

Eles acham que o povo quer respostas ao que já está apresentado e não uma guerra de acusações.

Jornal Extra Online - Coluna Berenice Seara

FARRAS S/A: “Vamos ganhar algum dinheiro no casino”

Além de shows, jantares e passeios, o grupo de Cabral (que incluiu ainda o secretário Sérgio Côrtes) pode ter gasto algumas horas (e bons trocados) se divertindo na jogatina.


Um trecho inédito do mesmo pacote de vídeos já levado ao ar por Anthony Garotinho traz uma nova e curiosa informação sobre a viagem de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish pela Europa. Na agora famosa mesa do restaurante Le Louis XV-Alain Ducasse em que o casamento de Cavendish foi marcado e Adriana Ancelmo comemorou o aniversário, um dos convidados diz em inglês:

- Let´s win some money in the cassino.

A frase – em português, “vamos ganhar algum dinheiro no casino” – sugere que, além de shows, jantares e passeios, o grupo de Cabral (que incluiu ainda o secretário Sérgio Côrtes) pode ter gasto algumas horas (e bons trocados) se divertindo na jogatina.


Para Garotinho, os vídeos e fotos da viagem de Cabral e Cavendish pela Europa já são elementos suficientes para fundamentar um pedido de quebra de sigilo telefônico de Cavendish. O requerimento faz parte do conjunto de medidas que Garotinho pretende adotar para levar Cabral e os contratos da Delta com o governo do Rio de Janeiro para a mesa de investigação da CPI mista do Cachoeira no Congresso.

Revista Veja Online - Coluna Lauro Jardim

FARRAS S/A: Salário de médico do Estado não paga nem o show do U2 assistido pelo secretário de Saúde Sérgio Cortes

Assistir a uma apresentação da banda irlandesa, na área vip do Stade de France, não fica por menos de R$ 2.521,00


Capa do jornal Extra


O menu mais barato de um restaurante francês como o famoso L’Espadon, no Hotel Ritz, em Paris, não sai por menos de 240 euros (R$ 605) por pessoa. Para a lagosta ser regada a um bom vinho rosé, o preço sobe para R$ 920. Se cair deparaquedas nesse banquete de luxo, um médico do estado, que tem como tetosalarial, após 20 anos de trabalho, R$ 1.874,50, vai ter que se contentar somente com a sobremesa do cardápio très chic: um prato de queijo, pela bagatela de R$ 65.

E, se depois do jantar, o doutor quiser dar uma esticadinha no show da banda U2 , na área vip do Stade de France, vai ficar na vontade. O valor de R$ 2.521,00 é estratosférico para o ginecologista José Romano, de 50 anos:

— Após duas décadas de serviço na rede estadual, o máximo que consegui ganhar é esse salário de R$ 1.874,50. O vencimento mesmo é R$ 203, somando insalubridade, gratificação e plano de capacitação, vai para R$ 1.874,50 — resume.

No último fim de semana, o ex-governador Garotinho, cujo governo também foi marcado por denúncias de corrupção na Saúde, postou $seu blog vídeos em que o dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, o secretários Wilson Carlos (de Governo), Sérgio Côrtes (de Saúde) e Sérgio Cabral passeiam por cidades da Europa — Mônaco, Paris e Cannes — em viagens oficial e particular, aproveitando o melhor da alta gastronomia internacional, folheando caríssimas cartas de vinhos e assistindo a shows em áreas vip. Em um dos vídeos, os eufóricos Côrtes,Cavendish e Wilson usam guardanapos na cabeça.

— Não sei o que o Côrtes festeja. Eu, como médico da rede pública, não tenho o que festejar. O secretário, em vez de viajar para Paris, deveria estar nos hospitais, vendo o que acontece nas unidades pelas quais ele é responsável — completa José Romano.

Em nota, o governo afirmou que as imagens do show em Paris e do jantar emMônaco foram feitas durante viagens particulares do governador e de seus secretários, pagas por eles próprios. E que, por se tratarem de atividadespessoais, não iria se manifestar.

Relembre o fatos:

Foram divulgadas imagens de Cabral, Cavendish e Côrtes curtindo show do U2, em julho de 2009.

Na última sexta-feira, foram publicadas fotos de uma viagem a Paris em setembrode 2009, numa missão oficial do governo.

Fernando Cavendish é dono da Delta Construções. Desde o início do mandato de Cabral, em 2007, a empresa já recebeu R$ 1,5 bilhão do estado e agora é alvo de investigação da Polícia Federal e da CPI do Cachoeira por suspeita de pagar propina a políticos.

Cavendish era casado com Jordana Kfuri, morta em junho de 2011, em um acidente de helicóptero que matou outras seis pessoas na Bahia. A assessoria do governo informou que os vídeos divulgados das viagens devem ter sido retirados do computador de Jordana.

Matéria originalmente publicada no Extra Online

IMAGENS ABAIXO EXTRAÍDAS DO BLOG DO DEPUTADO FEDERAL ANTHONY GAROTINHO

Secretário de Saúde Sérgio Côrtes
Sérgio Côrtes em show do U2

FARRAS S/A: Cofres abertos para a Delta, mas fechados para salários mais dignos

Quando policiais e bombeiros do Rio fizeram greve por melhores salários e condições de vida, Sérgio Cabral os chamou de VÂNDALOS. E agora, governador. Depois desse escândalo com o dinheiro do povo, o senhor deveria ser chamado de quê? 


Num país onde o salário inicial de peças fundamentais para a segurança, como soldados, cabos, tenentes e bombeiros, está na faixa de R$ 1 mil a R$ 2.500; onde um professor de escola pública ganha cerca de R$ 1.700, e um de universidade, R$ 4 mil; onde médicos de hospitais públicos recebem em torno de R$ 1.600, escândalos como o da empresa Delta não apenas chocam, mas principalmente causam indignação.

Cifras milionárias saem dos cofres públicos com incrível facilidade, sem burocracia nem fiscalização.

Já para que o aumento salarial destas categorias seja aprovado, não faltam barreiras, alardes sobre as consequências para o orçamento do país e entraves jurídicos.

Levantamentos dão conta de que a Delta ganhou do governo, só de 2007 para cá, R$ 3 bilhões para obras do PAC.

Quanto custaria um salário mais digno para nossos trabalhadores?

Jornal do Brasil - Editorial

IMAGENS ABAIXO EXTRAÍDAS DO BLOG DO DEPUTADO FEDERAL ANTHONY GAROTINHO







Avisaram a Fernando Cavendish que ele poderia ser preso pela Polícia Federal


Avisaram a Fernando Cavendish, dona da empreiteira Delta, que a Polícia Federal armava uma operação para prendê-lo sob a acusação de ser parceiro do bicheiro Carlinhos Cachoeira em muitos negócios suspeitos.

Cavendish saiu do apartamento onde morava na avenida Vieira Souto, Ipanema.

É grande o lobby de governadores, senadores e deputados de vários Estados para que nada de constrangedor sofra Cavendish.

A Delta tem obras em todos os Estados - e mais no Distrito Federal. E o relacionamento de Cavendish com os políticos foi sempre o melhor possível.

Arraia grande era com ele mesmo. Arraia miúida não lhe interessava.

Globo Online - Blog do Noblat

CPI DO CACHOEIRA: Demóstenes Torres quadruplicou patrimônio com apartamento avaliado em R$ 1,2 mi

Por que será que a imprensa vendida do Rio de Janeiro não faz um levantamento do patrimônio de Sérgio Cabral, amigo pessoal e vizinho do dono da Delta, Fernando Cavendish?


Quatro meses depois das eleições de 2010, o patrimônio do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) praticamente quadruplicou. O parlamentar comprou do seu suplente, o empresário Wilder Morais, um apartamento em um dos prédios mais luxuosos de Goiânia (GO), no valor de R$ 1,2 milhão. A transação imobiliária ocorreu três meses após a Construtora Orca, de propriedade de Wilder, comprar o imóvel de outra empresa goiana.

Em 2010, quando se reelegeu senador, Demóstenes declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 374 mil. Na relação de bens apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não havia nenhum imóvel. O parlamentar listou um carro de R$ 102,4 mil e R$ 63,3 mil em contas bancárias. Informou ainda ter duas aplicações financeiras que não chegavam a R$ 10 mil.

Os valores apresentam uma pequena redução quando comparados aos que o parlamentar declarou ter em 2006, quando ele concorreu ao governo de Goiás. Naquela época, Demóstenes informou que morava em uma casa no Jardim América, bairro classe média de Goiânia, com a ex-mulher, Leda Torres. O valor estimado do imóvel era de R$ 70 mil e, a área de lazer vizinha ao sobrado, R$ 65 mil.

A certidão do Cartório de Registro de Imóveis de Goiânia mostra que o senador pagou R$ 400 mil à vista pelo apartamento de luxo. O restante teria sido financiado pelo Banco do Brasil. No entanto, o contrato de compra e venda não foi registrado.

Ocupando todo o 15.º andar do Edifício Parque Imperial, o apartamento tem 701 metros quadrados, com living, sacadas, biblioteca, sala de jantar, lavabo, sala de estar, saleta, quatro áreas de serviços, dois quartos de empregada, suítes comcloset, rouparia, louceiro, copa, cozinha e depósito. O imóvel fica no Setor Oeste, um dos mais nobres de Goiânia.

Corretores imobiliários ouvidos pelo Estado afirmaram que o apartamento estaria estimado em R$ 2 milhões. O Parque Imperial seria o antecessor do Edifício Excalibur no mercado de prédios de luxo na capital goiana.

Matéria originalmente publicada no Estadão.com.br

Telefonema expõe intimidade do deputado Stepan Nercessian (PPS-RJ) com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira


Em missão oficial na Europa, os deputados Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) e Stepan Nercessian (PPS-RJ), ligaram, de Paris, para o empresário Carlinhos Cachoeira. O conteúdo da conversa - que consta do inquérito da Operação Monte Carlo - mostra intimidade entre eles.

Lereia inicia a chamada, em 12 de julho de 2011: "Bonjour, monsieur!". Cachoeira identifica o amigo: "Tá de fogo, Lereia?". "Rapaz, arrumei um negócio pra você aqui agora. Grupo Cassino. Eu disse, cassino é negócio de jogo (risos)", brinca o deputado.

Depois, falam do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), chamado de "nosso líder". "Vou levar pra ele um Château Margaux (vinho que pode custar até R$ 500)".

Em tom de deboche, falam sobre um empréstimo de R$ 200 mil para comprar um apartamento em Paris. Lereia diz: "Dá pra você depositar pra ele [Stepan]? Paris baixou demais o preço".

Nercessian havia pedido R$ 160 mil a Cachoeira, no mês anterior, para comprar um apartamento no Brasil.

Stepan pega o telefone e segue: "Você deposita 200 na conta, eu tiro a xerox, e eles vendem fácil pra nós."

Os dois viajaram à Europa para participar de reuniões com a delegação do Parlamento Europeu. Receberam cinco diárias de R$ 350 da Câmara.

Stepan disse que tudo não passou de uma brincadeira. "Eu sempre brinquei com o Cachoeira. Agora, quando se descobre que a conversa estava sendo gravada, tem outra conotação." O deputado disse que foi a Paris por conta própria.

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

Charge Aroeira: CPI pode convocar Sérgio Cabral


Jornal O Dia - Charge Aroeira

FARRAS S/A: Governador Sérgio Cabral poderá ser convocado a depor na CPMI do Cachoeira


A onda de ataques do deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) contra o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) começa a surtir efeitos concretos. Integrante do próprio PMDB, o senador Ricardo Ferraço (ES) defende que o companheiro de partido seja convocado para prestar esclarecimentos da CPI mista que investiga o envolvimento de políticos com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Com a palavra

"Acho que vai ser inevitável o seu depoimento. Será inclusive uma oportunidade para ele se explicar sobre essas denúncias, de que privilegiou a Delta por ser amigo do Fernando Cavendish (dono da Delta)", disse o parlamentar, em entrevista ao site iG. "Não faria sentido chamarmos outros governadores acusados de envolvimento na teia da CPI, como o (Marconi) Perillo e o Agnelo (governadores de Goiás e Distrito Federal), e deixarmos o Sérgio Cabral de fora só porque pertence ao PMDB".

Amigos íntimos

Nas fotos e vídeos divulgados por Garotinho, Cavendish demonstra intimidade com Cabral e seus secretário de governo durante um passeio pela França. Uma das principais empreiteiras do PAC, a Delta despontou para o cenário nacional após se tornar uma das principais parceiras do governo do estado do Rio de Janeiro.

Jornal do Brasil - Coluna Informe JB

Dono da Delta, Fernando Cavendish, conhecia 'esquema Cachoeira', diz PF

Tendo milhões em contrato com o Governo do Estado, será que Sérgio Cabral sendo amigo pessoal e vizinho de Cavendish em Mangaratiba não sabia da sua ligação com a quadrilha do bicheiro Carlinhos Cachoeira?


As investigações da Polícia Federal no caso Cachoeira indicam que Fernando Cavendish, presidente licenciado da Delta Construções, tinha conhecimento e orientava a atuação de seu ex-diretor para o Centro-Oeste, Cláudio Abreu.

Demitido após a revelação de que trabalhava em conjunto com Carlos Cachoeira, Abreu sempre teve sua atuação classificada como autônoma pela Delta,empreiteira líder no recebimento de recursos do Executivo federal desde 2007.

As escutas também sugerem que Cachoeira remunerou um assessor do ex-diretordo Dnit Luiz Antônio Pagot, que ameaçava dar um depoimento explosivo em Brasília.

Nos volumes do inquérito, Cachoeira aparece ainda como patrocinador de presentes luxuosos a políticos, entre eles um lote de vinhos raros comprado paraDemóstenes Torres (ex-DEM-GO), ameaçado de cassação. Advogado do senador -e também do governador Marconi Perillo (PSDB-GO), citado nas investigações - Antonio Carlos de Almeida Castro diz que a operação está baseada em escutas ilegais.

Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo

FARRAS S/A: Sapatos das esposas de Sérgio Cabral e secretário de Saúde, Sérgio Cortes, custaram a bagatela de R$ 10 mil


Nota do jornal O Dia

Imagens e vídeos da FARRA de Sérgio Cabral em Paris provocam indignação em segmentos sociais no Rio


A divulgação de vídeos e fotos que mostram Sérgio Cabral e diversas autoridades estaduais em uma confraternização em Paris com o empresário FernandoCavendish, dono da Delta Construções e acusado de envolvimento com a máfia docontraventor Carlinhos Cachoeira, provocou a revolta de representantes de movimentos sindicais do Rio de Janeiro. Nas imagens, registradas em 2009 e publicadas nesta sexta e sábado no blog do deputado federal Anthony Garotinho, o grupo aparece em clima de galhofa dançando no Hotel Ritz - um dos mais luxuosos do mundo. O secretário de Governo, Wilson Carlos, posa ao lado de uma Ferrari, cujo custo supera US$ 1 milhão. Segundo Garotinho, a festa foi bancada com dinheiro público.

A revelação reforça os crescentes questionamentos à administração estadual. Nos últimos três anos, as forças de segurança pública interromperam suas atividadesduas vezes para reivindicar melhores salários e condições trabalhistas. Em 2010, ocasião da primeira paralisação, homens do Corpo de Bombeiros denunciaram que os guarda-vidas sequer recebiam protetores solares. Além disso, uma série de reportagens do Jornal do Brasil pôde verificar as péssimas condições em que se encontram alguns dos hospitais estaduais. Em entrevista concedida em fevereiro, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Dr. Jorge Darzedeclarou que o "Rio tem uma política de saúde genocida".

Um dos porta-vozes dos bombeiros grevistas durante a greve de 2010, o caboLaércio Soares mostrou-se indignado com o que classificou como "demonstração de descaso" e disse que não sabe como explicar ao filho pequeno que estes são os representantes da população.

"É uma grande bagunça. Enquanto a Delta ganha milhões em obras, convivemos com uma epidemia de dengue e com um sistema de transporte público ineficiente e perigoso. O Sérgio Côrtes [secretário de Saúde] minimiza os problemas e o Júlio Lopes [de Transportes] não responde pelos crimes que cometeu", desabafa.Laércio se refere aos dois acidentes com os bondes de Santa Teresa que mataram sete pessoas e deixaram mais de 50 feridos em 2011.

Jorge Darze, por sua vez, voltou a fazer duras críticas a Cabral. Ele diz que osregistros são uma demonstração do descumprimento das regras de administração pública, que impedem que os servidores - em especial o governador e sua equipe - tenham relações de proximidade com indivíduos que mantêm contrato de prestação de serviço com o estado.

"Não é a primeira vez que o Cabral e o Cavendish - que há algum tempo vêm desenvolvendo práticas no mínimos suspeitas - são flagrados juntos. Este episódio, supostamente custeado pelos recursos da população, deve ser rapidamente investigado. É uma falta de respeito. O Côrtes se diverte e os hospitais estaduais permanecem em situação crítica", protesta.

Matéria originalmente publicada no Jornal do Brasil

MÁFIA: Temendo o aparecimento de mais sujeira, patota do PMDB na Alerj blinda Sérgio Cabral no Rio evitando mais investigações

Com ampla maioria na Alerj, o PMDB e seus aliados puseram panos quentes no assunto


Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que desmontou a quadrilha docontraventor Carlinhos Cachoeira, acertaram em cheio a Delta, uma das principais empreiteiras do país. Líder em projetos contratados pelo PAC, a empreiteirarecebeu R$ 2,9 bilhões da União e R$ 1,4 bilhão do governo do estado do Rio de Janeiro desde 2007. De acordo com as gravações da Polícia Federal, Cachoeira teria envolvimento direto com a Delta, agindo como lobista da empresa junto a agentes públicos.

A bomba pegou muita gente de surpresa, mas não quem acompanha o cenário político fluminense. Desde o ano passado, parlamentares de oposição na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tentam emplacar uma investigação daempreiteira, mas sempre acabaram vencidos pela ampla maioria da bancada governista. Coincidentemente, Sérgio Cabral é amigo próximo do dono da Delta, Fernando Cavendish, e foi justamente durante o seu mandato que a empresa disparou como uma das principais parceiras do governo estadual.

“A Alerj não blindou apenas os pedidos de investigação da Delta. Ela blinda o Cabral e seu governo de qualquer investigação parlamentar, o que fere um dos principais deveres do Poder Legislativo”, critica o deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Responsável pelo pedido de investigação da Delta em 2011, ele desqualificou as medidas do governador contra a Delta. “Quando ele foi flagrado junto com o Cavendish, em Trancoso (BA), criou uma comissão de ética formada por seus aliados. Agora que a Delta foi flagrada nesse escândalo com o Cachoeira, novamente colocou pessoas ligadas a ele para investigar os contratos. Não há isenção alguma”.




O incidente em Trancoso, ao qual o deputado se refere, foi a queda de um helicóptero que levava parentes de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish para comemorar o aniversário do empreiteiro, em junho do ano passado. A tragédia expôs a proximidade do governador com o dono de uma das empresas mais beneficiadas pelos contratos estaduais e foi o pivô de uma série de críticas e pedidos de investigação que não foram levados adiante. Com ampla maioria na Alerj, o PMDB e seus aliados puseram panos quentes no assunto.

“Essas revelações não nos surpreendem nem um pouco. Toesa, Facility, Delta. Todas estas grandes empresas parceiras do governo do estado e envolvidas em escândalos de corrupção já foram denunciadas na Alerj, mas nada segue adiante”, explica a deputada Janira Roca (Psol). “E é importante entender com que tipo de empresas estamos lidando. Não são empresas interessadas em corromper um deputado ou um vereador, eles vão diretamente nas pessoas que batem o martelo, integrantes do Poder Executivo. E são sempre as mesmas empresas, integrantes de grandes consórcios, como no caso da Transcarioca, do Comperj, o Maracanã”.

Para a parlamentar, estas denúncias só são levadas adiante quando há grande comoção popular ou pressão da imprensa. Do contrário, elas caem no esquecimento.

“A própria CPI das Milícias, proposta pelo Marcelo Freixo (Psol), foi ignorada durante muito tempo. Ela só foi tocada quando uma série de eventos colocaram as milícias em evidência e não havia mais como segurar a investigação”, recordaJanira. Para ela, uma investigação profunda nos contratos do governo do estado com empreiteiras seria revelador. “O Cachoeira é pinto perto do que acontece aqui”.

Investigações ignoradas ferem Constituição, diz deputado

Graças às revelações da Operação Monte Carlo e da CPI montada em Brasília para apurar o envolvimento de políticos com Carlinhos Cachoeira, foi cogitada a convocação de Sérgio Cabral para esclarecer suas relações com FernandoCavendish. Enquanto o PMDB manobra para que a lama não resvale no governador, o deputado Luiz Paulo (PSDB) aponta que um governo maistransparente beneficiaria até ao próprio Cabral.

“Se essas investigações fossem autorizadas anteriormente, provavelmente essa relação promíscua do poder público com as empreiteiras não chegasse ao ponto em que chegou. Eu costumo dizer que a oposição é a maior aliada do governo. Quando ele é blindada pelo Poder Legislativo, no caso, a Alerj, o governo não consegue corrigir seus próprios erros”, disse o deputado, que apontou as contradições do governo estadual desde a explosão do escândalo da Delta. “Nós sempre pedimos a auditoria dos contratos da Delta e sempre fomos negados. Agora, ele (Cabral) está iniciando uma auditoria”.

Segundo o deputado Paulo Ramos, a resistência do governo em permitir as investigações parlamentares, além do viés político, beira a ilegalidade.

“Alguns pedidos de CPI aqui na Alerj tiveram o número de assinaturas necessárias para ter seus trabalhos iniciados, mas nunca foram constituídas. Isso fere a Constituição Federal”, ressalta Paulo Ramos, que vê a Delta no mesmo patamar de empresas como Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. “Todas essas grandes empreiteiras foram flagradas como corruptoras no escândalo dos Anões do Orçamento. Eu era deputado federal em Brasília naquela ocasião e me recordo muito bem. O estilo é o mesmo.”

Matéria original publicada no Jornal do Brasil

Desesperado, Sérgio Cabral quer saber quem divulgou as fotos da FARRA em Paris com Fernando Cavendish e seus secretários

MUI AMIGO: Jordana Cavendish, que foi mulher de Fernando Cavendish, da Delta, é a autora das fotografias. Com a morte de Jordana, o equipamento deve ter ficado com Cavendish


Rio - Jordana Cavendish, que foi mulher de Fernando Cavendish, da Delta, é a autora das fotografias que mostram a proximidade do seu então namorado com Sérgio Cabral. As imagens foram divulgadas por Anthony Garotinho. Jordana e o filho Luca, de 4 anos, morreram no acidente de helicóptero ocorrido em junho de 2011.

Para fazer as fotos, ela usou a própria máquina. Naquela viagem a Paris, em setembro de 2009 — a mesma em que ocorreu o jantar filmado por Adriana Ancelmo, mulher de Cabral —, Jordana descobriu estar grávida de Cavendish.

O vazamento

O governo quer saber como foi o vazamento das fotos e do vídeo do jantar, que teria sido gravado com a mesma máquina. Com a morte de Jordana, o equipamento deve ter ficado com Cavendish, mas o material pode ter sido copiado.

Erros no voo

Luca era filho de Jordana com José Luca Magalhães Lins, que responsabiliza o dono da Delta pelo acidente. O piloto estava com a licença vencida e decolou à noite, sob chuva. A viagem foi para comemorar o aniversário de Cavendish.

Jornal O Dia - Coluna Fernando Molica

Jornal da Globo exibe reportagem da FARRA em Paris que governo Sérgio Cabral chama de "missão"