segunda-feira, 22 de junho de 2015

Presidente do Senado Renan Calheiros recebeu propina de R$ 30 milhões, diz PF

Inquérito da PF revela desvio de R$ 100 milhões nos fundos de pensão Postalis e Petros. Delator acusa o presidente do Congresso de receber quantia milionária. Os parlamentares petistas Lindbergh Farias e Luiz Sérgio teriam ficado com R$ 10 milhões cada. (ISTO É Independente)


— Isso é coisa típica da média moral que predomina no Congresso Nacional. Notem, estou falando do presidente do Senado, o cargo mais importante da hierarquia parlamentar. Se fossemos para a Câmara dos Deputados estaríamos analisando também o cargo mais importante desta hierarquia que é ocupado por Eduardo Cunha (PMDB), outro de caráter suspeito e duvidoso. Então, esse é o padrão moral daquela gente. Não se assustem quando algo assim acontece, porque estamos apenas diante de algo que foi descoberto. Não se iludam, pois essa é a média moral predominante no Congresso Nacional brasileiro em seu dia-a-dia.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), não é um ponto fora da curva, ele é a curva. Ele é a expressão pura e acabada do que é o político brasileiro. Os políticos brasileiros estão alí para roubar, furtar e pilhar o Estado brasileiro. Quem acha que esse é um discurso que desqualifica a política ou o papel do político está errado. É um discurso que desqualifica a política praticada aqui no Brasil por essa geração que está aí, que aliás, é igual a muitas anteriores.

Essa corja peemedebista (PMDB), petista (PT), tucana (PSDB), pedetista (PDT), petebista (PTB), demista (DEM),... todos eles. Essa corja que domina o Congresso Nacional, faz com que a fatia ética da política seja uma minoria impotente e incapaz de intervir de forma incisiva em projetos a favor ou contra os interesses da população. Essas quadrilhas precisam ser banidas da política brasileira.

O Estado brasileiro na visão dos políticos e dos partidos, aos quais estão filiados, não representa um instrumento para ajudar a sociedade a se organizar e trilhar um caminho de prosperidade, nunca foi. Para os partidos e para as máfias políticas, o Estado brasileiro representa apenas um duto de dinheiro. Eles não querem o poder porque o poder permite alterar a realidade e conduzir o Estado numa direção diferente, não. Eles nunca quiseram isso. Pergunto a você o seguinte: Em que direção a canalhada política conduz o Estado brasileiro, independentemente, dos partidos que integrem? Em nenhuma. O jogo deles é a mera gestão do cotidiano. É a mesma porcaria.

É só olhar o que mudou nas últimas 20 eleições no Brasil. O que mudou? Diminuiu a corrupção e a violência? Melhorou a educação e a saúde? O país viveu 10 anos de absoluta prosperidade na economia. Agora, pergunto o seguinte: A realidade social da população brasileira melhorou na proporção, mínima, que deveria se houvesse esse desejo político? Claro, que não! Esses programas sociais do governo são migalhas da riqueza nacional. A população vive numa situação avassaladora de indigência e miséria. É só chover pra gente ver! É só entrar no hospital público pra gente ver! Cadê o médico? Cadê o remédio? Cadê a vaga na escola? Cadê o material escolar? É isso. O país não mudou como deveria ter mudado. Em 30 anos melhoramos o quanto e o que? Está de bom tamanho? Claro, que não está!

Os políticos fazem com o Estado brasileiro aquilo que fazem com as prostitutas que, eventualmente, levam em suas viagens oficiais camufladamente. O Estado serve pra eles como coito cotidiano. Os enriquece, enriquece seus sócios, seus parceiros, seus parentes, seus genros, seus filhos, suas amantes e por aí vai. Vossas Excelências querem, através das eleições, é permanecer no poder, só isso. Porque é do aparato estatal que brotam, aos milhões, os recursos públicos que servem para alimentar essas máfias que os deixam cada dia mais ricos, ousados e prepotentes.

É preciso fazer uma quebra na lógica e no ritmo com que as coisas acontecem no Brasil. E essa ruptura só vai acontecer se o povo for às ruas como foi em junho e julho de 2013. O movimento popular precisa radicalizar, sim. E o seu alvo tem que ser o Estado e seus agentes. Por isso, defendo a invasão da Câmara de Vereadores, da Assembléia Legislativa e do Congresso Nacional. Enfim, defendo a tentativa de invasão ordeira de qualquer palácio pelo movimento popular, porque entendo que isso é legítimo e faz parte do jogo democrático.

A única forma de alterarmos essa realidade, é com o crescimento, o adensamento e a radicalização do movimento popular nas ruas. Só ele os fará mudar. Notem, não se trata de um ataque à instituição, à democracia e ao princípio da representação parlamentar. Trata-se de um discurso aplicado à realidade brasileira.